segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Primeira aula de Introd. á administração

Uma calma manhã de quarta feira, 16 de janeiro de 2008 e a cidade de Mamanguape recebera mais uma vez os alunos da Universidade local, que vinham não só de seus becos, mas como de suas adjacências.

Primeira semana, primeiro período e infinitas expectativas. Estavam todos inebriados pelos sonhos da vida acadêmica. Muitos, senão todos estavam tendo o primeiro contato com a Universidade Federal.

Foi o primeiro dia sem a refrescante chuva que nos visitara nos dias anteriores, mesmo assim o clima era amistosamente aconchegante e propício ao surgimento de novas amizades.

Professora Paula já havia dado a literal primeira aula, onde nomeara em eleição singela a presidente de sala Allyda á frente da turma e mesmo assim a maior parte dos alunos continuava na sala.

Uma fragrante mulher de estatura baixa entrou na sala em passos mansos, se direcionou ao ”palco” onde pronunciaria as suas primeiras palavras. Escreveu no quadro, com um pincel de tinta meio falha, algo como seu nome e um número de celular. Em seguida virou-se e se coibiu por alguns segundos como se admirasse as feições distintas da “platéia” que lhe retribuiu um olhar harmônico.

-- Me chamo Rosiele e sou professora de Administração.

O silencio reinou por uns dois segundos antes que ela continuasse.

-- A disciplina é um pouco chata. É teoria, mas eu vou tentar ensinar da melhor forma possível.

Ela usava uma blusa de botões e mangas três – quartos, verde, um tom mais claro que a calça. E sem dúvida transmitia uma seriedade incontestável.

-- Como vocês já devem ter notado, eu falo rápido. Adoro falar! Quando estou dando aula me empolgo mesmo.

Seus cabelos soltos, de luzes, corte levemente arrebitado e aparentemente escovado, deixavam transparecer um sinal de vaidade.

(...)

-- Gostaria que vocês também falassem um pouquinho. Falem sobre o que esperam do curso. E, mesmo sabendo que não é o primeiro dia de aula e os outros professores já devem ter feito apresentações, eu gostaria que vocês se apresentassem novamente.

Os alunos, banhados pela sua atenção, se apresentaram um á um.

Ao fim, ressaltou.

-- O curso de hotelaria é muito bom. Digo uma coisa: Aproveitem as oportunidades, estudem, se dediquem. Fraternalmente Continuou. -- Eu não digo que quando vocês se formarem irão sair empregados. Não! Muitos desafios surgirão, mas vale a pena lutar.

Prosseguiu com satisfação.

-- Quando eu me formei em Administração tive dificuldade para encontrar emprego. Foi chato escutar parentes e amigos me dizendo que o meu esforço neste curso tinha sido em vão.

Ela pausou.

-- Mas, no fundo eu sabia que valeria a pena, e valeu!

O jeito como Rosiele se expressava era intenso, transmitia paz.

-- Procurem se destacar naquilo que vocês fazem. Aproveitem que a turma ainda está se conhecendo para falarem mais, fazer perguntas. Não tenham medo.

Seu jeito espontâneo lê oferecia um ar voluptuoso.

-- Quando eu era aluna, tinha muita vergonha de falar em público, morria de vergonha de apresentar seminários. Mas, como no começo ninguém me conhecia, foi mais fácil perder o medo de falar.

Seguiu lembrançosa.

Eu fazia muitas perguntas, participava das aulas e fiquei conhecida como uma boa aluna. Os meus professores já me conheciam, sabiam o quanto eu era esforçada.

Antes que concluísse a historia e finalizasse aquela aula, advertiu sobre como uma imagem positiva faz a diferença.